
Acidentes por Engavetamento: Quem é responsável e como resolver?
Imagine a seguinte situação: você está parado no trânsito, aguardando o sinal verde, quando, de repente, ouve-se o som de colisões vindas de trás. Essas batidas acabam afetando seu veículo também. Agora surge a pergunta: como resolver essa situação? Antes de mais nada, é preciso determinar se o engavetamento foi causado por uma sequência de impactos ou por uma freada brusca.
No Brasil, é bastante comum ocorrer o empurrão em sequência, que acontece quando um carro não consegue frear a tempo e bate no veículo da frente, resultando em uma colisão em cadeia. Nesse caso, o responsável é o motorista que causou as batidas, ou seja, aquele que não conseguiu parar a tempo e colidiu com o primeiro carro parado.
Colisão por empurrão
Uma vez que houve um “empurrão” nos demais carros que estavam parados à frente, a responsabilidade recai sobre o motorista imprudente que causou os acidentes.
Colisão por freada brusca
No caso do engavetamento causado por freada brusca, a colisão em cadeia ocorre porque os veículos envolvidos não estavam respeitando a distância de segurança, conforme previsto no artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro. Esse artigo estabelece que os condutores devem manter uma distância lateral e frontal segura entre seu veículo e os demais, levando em consideração a velocidade, as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas.
Nesses casos, a culpa não recai apenas sobre o motorista que freou bruscamente, mas sobre cada condutor envolvido no acidente que não respeitou a distância de segurança. Portanto, nos casos de engavetamento por freada brusca, o veículo que bateu atrás é responsável pelos danos causados em cada colisão separadamente.
Como evitar?
Para evitar esse tipo de acidente, cada condutor deve evitar distrações e manter uma distância segura tanto quando estiver em movimento como quando estiver parado. Uma dica importante é que, ao estar com o carro parado, a distância em relação ao veículo da frente deve ser suficiente para que o condutor que estiver atrás consiga visualizar a placa do veículo à frente.
Como resolver em caso de acidente?
Caso você se envolva em um acidente que resulte em danos materiais, envolvendo dois ou mais veículos, e não haja acordo voluntário entre as partes envolvidas, é necessário chamar as autoridades competentes para a emissão de um laudo pericial do acidente. Esse documento irá demonstrar a culpa concorrente ou exclusiva de um condutor, o que possibilitará que o laudo seja utilizado como base para um pedido de indenização na justiça, caso o responsável ou responsáveis se recusem a assumir a responsabilidade pelos danos.
É fundamental entender que todos os gastos decorrentes do acidente serão cobertos pela seguradora até o limite estipulado na apólice do seguro. Portanto, é recomendável contratar uma cobertura adequada para o seguro de terceiros, a fim de evitar problemas em casos de acidentes por engavetamento.
Em um caso julgado pelo 1º Juizado Especial Cível e Criminal de Sobradinho, uma empresa de transporte de valores foi condenada a indenizar os danos materiais causados em um automóvel. O acidente ocorreu devido à falta de distância de segurança do veículo da empresa em relação ao carro dos requerentes, que já estava parado. A juíza responsável pelo caso considerou que a culpa era exclusivamente da empresa, de acordo com as normas de trânsito.
Conclusão
Em suma, é essencial que os motoristas compreendam suas responsabilidades no trânsito e ajam de forma defensiva para evitar acidentes. Manter uma distância segura e estar atento às condições do tráfego são medidas fundamentais para evitar engavetamentos e garantir a segurança de todos.